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Crise da Maturidade

Crise da Maturidade, ou da crise da meia idade segundo  Elliott Jaques, é uma forma de insegurança sofrida por alguns indivíduos que estão passando pela "meia-idade", na qual percebem que o período de sua juventude está acabando e a idade avançada se aproxima. Essa crise pode ser desencadeada por vários fatores relacionados com essa época da vida, mudanças físicas, cognitivas, como a morte dos parentes, passam a temer a morte, casos extraconjugais, andropausa, menopausa, sensação de envelhecimento, insatisfação com a carreira profissional e saída dos filhos de casa. Normalmente, quem passa por isso sente uma enorme vontade de mudar seus modos de vida fazendo gastos exagerados com aquisições fúteis, abandonando o emprego ou terminando o casamento.

 

As estatísticas apontam que, de 10% a 25%, das pessoas passam por esse problema, sendo mais comum entre os 50 a 60 anos de idade (estudo da UNICAMP) e tem vida altamente atribulada, ou com fardos familiares muito amplos e onerosos. Crises de meia-idade duram de 3 a 10 anos em homens e 2 a 5 em mulheres.

 

A crise da meia-idade afeta, no máximo, um quarto dos quarentões e cinquentões. Ao tomarem consciência de que existem menos anos de vida pela frente, algumas pessoas passam a ter planos menos ousados. Outras passam a ter o comportamento inverso: começam a realizar tudo aquilo que gostariam de ter feito e não fizeram.

 

A maioria daqueles que referem ter passado por uma crise nessa idade reconhece que eventos como a perda do emprego ou de um parente foi muito mais importante que a idade por si só. Nem todos entram em depressão ou começa a abusar do álcool ou outras substâncias psicoativas.

 

Fatores biológicos podem ter sua importância, mas os eventos que acontecem no decorrer da vida podem ser ainda mais relevantes. O cérebro já é menor aos 40 anos quando comparado à adolescência, mas a experiência e a sabedoria da maturidade contornam facilmente essas questões morfológicas. Além disso, as doenças começam a ser mais frequentes e elas certamente vão influenciar o equilíbrio psíquico. Entretanto novas informações, evoluções que não param de acontecer favorecem as pessoas de meia-idade. Nessa faixa etária tendem a assumir novos desafios como uma forma de provar a si mesmas e aos outros que são capazes de se reinventar. É uma maneira de lidar com a velhice e reafirmar a continuidade da vida.

 

Um desses períodos da vida humana estudados pela psicologia é a meia-idade, que corresponde ao tempo vivido entre os 40 e os 60 anos. É comum associar-se esse período da vida com turbulências emocionais, a famosa "crise da meia-idade"

 

O levantamento da questão da crise de meia-idade de ordem psíquica começou com Freud ao defender que o medo da morte desencadeado pelo envelhecimento exerceria forte influencia sobre os pensamentos dos indivíduos. Entretanto para Carl Jung e Erik Erikson identificam as características psicológicas dessa fase da vida, definindo conceitos e argumentos que ajudam a explicar os comportamentos e as experiências típicas de quem a vive. Recentemente, os estudiosos do desenvolvimento adulto têm optado por uma abordagem positiva da meia-idade, buscando identificar os fatores físicos, cognitivos e emocionais que podem contribuir para o bem-estar objetivo e subjetivo de quem se depara com a perspectiva do envelhecimento.

 

Dentre esses, o psiquiatra norte-americano George Vaillant, desenvolveu estudos na Universidade de Harvard durante seis décadas. Os resultados desse estudo apontam vários aspectos no estilo de vida de uma pessoa que podem contribuir para uma vivência mais satisfatória das várias fases da vida adulta. O que, em última instância, reafirma a ideia de que a meia-idade não seria necessariamente um momento da vida gerador de transtornos psicológicos capazes de desestabilizar alguém cognitiva e emocionalmente.

 

A primeira metade da vida seria marcada pela concentração da energia psíquica na realização dos processos que nos garantem a sobrevivência, por uma luta para definir o lugar no mundo social. Nessa fase a tendência é de canalizar os esforços físicos, cognitivos e emocionais para o mundo externo: definindo profissão, adquirindo bens, encontrando um parceiro para o estabelecimento de vínculo afetivo estável, reproduzindo, etc. Tendo o objetivo principal criar condições minimamente seguras para a sobrevivência tendo em vista a satisfação das necessidades mais básicas e a energia psíquica se voltaria para o mundo interno.

 

A segunda metade da vida, devido às mudanças do estagio anterior, o foco seria responsável por uma crise de identidade, caracterizada pela revisão da própria vida, crenças, atitudes e valores. O indivíduo, então, começa a se questionar internamente quanto à validade das escolhas feitas até o momento para o seu futuro. Por exemplo, já adquiriu bens, se financeiramente não depende mais exclusivamente da atividade profissional para garantir seu padrão de vida, pergunta-se sobre profissão exercida é desejada pelos anos de trabalho que ainda restam. Em relação a filhos, já não dependem mais exclusivamente de atenção e cuidado para estarem no mundo, passa a questionar se o casamento merece continuar, se traz real satisfação, se é realmente o que querer afetivamente. Em função desse processo de questionamento interno sobre a própria vida, a meia-idade torna-se um evento crítico. Essa reavaliação da vida traz como consequência na integração de pensamento, sensação, sentimento, ação e intuição requerida pelo processo de desenvolvimento psicológico na meia-idade que poderia, ao que parece, levar à confusão sobre a própria vida, seus objetivos e realizações.

 

A vivência da meia-idade sempre se caracteriza pela cobrança interna daquilo que do foi deixado de fazer, ou desenvolver ao longo da primeira metade da vida.

 

O fato é que o impulso psicológico é pela completude, pela retomada do que deixou de viver. A maneira saudável e madura de lidar com isso é o resgate das potencialidades negadas e adormecidas, tendo por objetivo a busca de auto realização. Outra maneira de enfrentar as cobranças internas é projetar as próprias potencialidades não vividas no mundo externo. Isso ocorre, por exemplo, quando se busca relacionamentos com pessoas bem mais jovens ou opta-se por atividades e comportamentos característicos da juventude. Obviamente, essa segunda estratégia não seria o melhor caminho para a vivência de amadurecimento psicológico oferecido pela meia-idade.

 

As crises de identidade são momentos de se ver diante de novos desafios físicos, cognitivos e emocionais, sendo a percepção é de que ainda não se esta totalmente confiante para enfrenta-los. As demandas que caracterizam a nova etapa geram, ao mesmo tempo, insegurança e encantamento, fazendo querer avançar, mas o temer faz recuar. Quase sempre, diante das duas fases distintas da vida, a oscilação entre o que caracterizou até então e o que pode ser daí para frente, é o ponto culminante. Com a meia-idade, que se situa entre a fase adulta e a velhice, não seria diferente. A meia-idade, contudo, não culminaria numa crise como a da adolescência, quando ainda não sabemos o que somos e buscamos nos ícones culturais e grupos de pares uma identidade que nos diferencie da familiar. A crise da meia-idade, portanto, não seria uma luta entre nós e o mundo, é uma luta entre nós e nós mesmos. É um caminho para dentro, para as profundezas do que somos e do que podemos ser.

 

A crise da meia-idade oferece a oportunidade única de revisar a própria vida. Tal revisão propiciaria o questionamento dos papeis desempenhados durante toda a primeira metade da vida adulta e, consequentemente, a escolha consciente por mantê-los, transformá-los ou eliminá-los. Assim, a meia-idade abre o espaço na vida de uma pessoa para que ela possa se olhar dos diversos papeis vividos. Seria a chance de resgatar outras partes perdidas do seu EU, de despojar-se dos papeis socialmente idealizados que permitiram participar da luta pela sobrevivência quando a grande tarefa da vida era emancipar-se dos cuidados parentais e atuar no mundo com independência. Essa crise surge com a condição cognitiva e emocional para a busca de conciliação entre a vida já vivida e a que se deseja viver.

 

A meia-idade nada mais é do que um espaço temporal no qual se vivia a repetição de padrões comportamentais alimentados em outros momentos da vida. Os questionamentos sobre a própria existência sucumbiam ao peso das relações afetivas assimétricas, do adoecimento de fundo psicossomático, do ganho de peso, da depressão, das disfunções sexuais e de outros sintomas que pareciam sinalizar que o desconforto quanto ao que era vivido exercia poder de estagnação. E a felicidade? A vivência da felicidade, como era de se esperar, apareceu como sendo mais constante para o primeiro grupo, para aqueles que ouviam os próprios questionamentos e tentavam responde-los movendo-se em direção ao futuro, ainda que esse parecesse incrivelmente assustador. Mas atualmente com a chegada da Psicologia Positiva há muito a fazer para ter melhor qualidade de vida, desfrutando e apreciando a tantas partes positivas que existe nessa moeda que possui duas faces. Vamos nos preencher, celebrar, vivenciar por inteiro essa momento que a maturidade e só essa fase nos dá.

 

PENSENISSO!